Fim de semana na cidade de Colima

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Abrigada pelo Nevado de Colima e pelo vulcão Fuego, surge a cidade de Colima, capital do homônimo estado da República Mexicana. O ritmo de vida no centro da chamada "Cidade das Palmas" oscila entre a modernidade e a tranquilidade da província. Os motivos para visitar Colima são inúmeros, por isso propomos aqui uma viagem relâmpago, mas com tempo suficiente para apreciar e desfrutar deste belo pedaço do oeste do nosso país.

SEXTA-FEIRA

Quando chegamos em Colima, ficamos agradavelmente surpresos com a quietude e harmonia desta cidade pacífica. Sem perceber, aos poucos soltamos o pedal do acelerador, contaminando-nos com o ritmo lento de suas ruas, enquanto as palmeiras e o ar úmido e quente nos lembravam, caso tivéssemos esquecido, que o mar está muito próximo.

Vamos ao centro, onde encontramos o confortável e tradicional Hotel Cevallos, localizado nos portais. Aqui começamos a experimentar o sabor único da província, por meio de sua arquitetura colonial e suas memórias da Colima de ontem, que a família Cevallos preservou tão apropriadamente para a surpresa de seus hóspedes.

Após a agradável recepção decidimos sair para curtir a agitação da praça. Para esticar as pernas e descansar da viagem, damos um passeio pelo LIBERTAD GARDEN, e embora já comece a escurecer, descobrimos o atractivo central do jardim rodeado de palmeiras e exuberantes árvores: o quiosque, trazido da Bélgica em 1891, e no qual todos Quintas e domingos você pode desfrutar de agradáveis ​​noites musicais.

Vemos a fachada da Sé Catedral e do Paço Municipal que, embora fechados, se destacam na paisagem com as luzes acesas. Seguimos então para a CONSTITUCIÓN ANDADOR, ao lado do hotel. Aqui saboreamos uma neve de noz do "Joven Don Manuelito", tradicional desde 1944, enquanto apreciamos as notas de uma guitarra de trovador e a pequena exposição de um pintor que ofereceu as suas paisagens e retratos.

Corremos até o final da passarela e chegamos à loja de artesanato do DIF, onde em poucos minutos pudemos conhecer a grande variedade de artesanatos colimota: trajes indígenas, como os tradicionais vestidos brancos bordados em vermelho usados ​​nas festas da Virgen de Guadalupe, ou famosos cachorros xoloitzcuintles moldados em argila.

Depois deste passeio fascinante, iremos ao JARDIM GREGORIO TORRES QUINTERO, logo atrás da Catedral.

Embora a falta de luz não nos permitisse apreciar na sua verdadeira dimensão a beleza deste espaço onde crescem mangas, tabachines e palmeiras, visitámos as bancas de artesanato e curiosidades. Aqui degustamos uma bebida muito especial e única da região: o morcego. De um bule o vendedor extraiu uma bebida espessa e acinzentada, explicando que é feito de uma semente conhecida como chan ou chia, que é torrada, moída e finalmente misturada com água. Antes de nos dar a mistura, ele despejou um bom jato de mel de açúcar mascavo nele. Recomendado apenas para espíritos foodie aventureiros.

Já relaxados da viagem e após esta breve mas substancial aproximação com a cultura colimota, decidimos acalmar a fome que há muito havia despertado. Fomos a um pequeno restaurante que descobrimos no topo do PORTALES HIDALGO.

Comemos os nossos primeiros aperitivos de colimotas: sopas e deliciosas tostadas de lombo e marisco, acompanhadas de uma refrescante cerveja, enquanto apreciamos a paisagem da Sé Catedral e do Jardim da Libertad que, de cima, podem ser apreciados neste recinto aberto.

SÁBADO

Para não ir muito longe, decidimos tomar o pequeno-almoço no hotel, pois o buffet à vista apanha a nossa vontade.

Instalamo-nos num guarda-chuva no portal e com um gole de café e um picón, começamos a descobrir os edifícios, as árvores, as pessoas e tudo o que a luz do sol despertou.

Mais ansiosos que na noite anterior, visitamos a BASÍLICA MENOR CATEDRAL DE COLIMA. Foi construído em 1894 e, desde então, contam-nos, passou por várias restaurações devido aos danos causados ​​pela intensa actividade sísmica na zona. De estilo neoclássico, tem duas torres na frente e uma cúpula; como o exterior, o interior é sóbrio.

Daqui seguimos para o PALACIO DE GOBIERNO, mesmo ao lado da Sé Catedral. É um edifício de dois pisos, em estilo neoclássico francês, que está em harmonia com a Sé Catedral. A construção do palácio foi concluída em 1904 e, como a Catedral, foi obra do mestre Lúcio Uribe. Do lado de fora há um sino, uma réplica do de Dolores e um relógio trazido da Alemanha. Ao entrar, o nosso olhar encontra o pátio delimitado por arcos, bem como os murais que podem ser vistos na subida ao segundo nível, realizados em 1953 por Jorge Chávez Carrillo, artista colimota.

Quando partimos, somos atraídos para o Jardim Libertad que, à nossa frente, promete refrescar-nos do intenso calor que já sentimos a esta hora do dia. Encontramos um dos famosos vendedores de tuba, que com sua proclamação: “Tuba, tuba fresca!”, Nos encoraja a nos refrescarmos ainda mais com este suco doce extraído da flor da palmeira, complementado com pedacinhos de maçã, pepino e amendoim.

Caminhamos pelo jardim e chegamos à esquina da Hidalgo com a Reforma, onde se encontra o MUSEU REGIONAL DA HISTÓRIA. Este edifício, datado de 1848, foi uma casa privada, hotel e, desde 1988, está a funcionar como museu. No seu rés-do-chão, entre as peças arqueológicas, surpreendemo-nos com a réplica de um túmulo de poço, característico da região, que podemos apreciar através de um espesso vidro sobre o qual passamos. Aqui você pode ver como as pessoas eram enterradas acompanhadas de alguns de seus pertences e cães Xoloitzcuintles, que se acreditava serviriam como guias para o outro mundo. Na parte superior estão expostos documentos e objetos que narram o desenvolvimento histórico desde a conquista até além da Revolução Mexicana.

Pegamos novamente o Corredor da Constituição e duas ruas ao norte chegamos ao HIDALGO GARDEN, onde existe um RELÓGIO SOL EQUATORIAL extremamente interessante e exato. Projetado pelo arquiteto Julio Mendoza, possui folhas explicativas de seu funcionamento em diversos idiomas. a praça é dedicada ao "pai da pátria", D. Miguel Hidalgo y Costilla, e fica junto ao TEMPLO DE SAN FELIPE DE JESÚS, cujo retábulo-mor é constituído por seis nichos e rematado por um Cristo na cruz. Anexada ao templo encontra-se a CAPELA DO CARMEN, espaço sóbrio onde se destaca uma bela representação da Virgem de Carmen com o Menino nos braços.

Em frente à Plaza Hidalgo está a PINACOTECA UNIVERSITARIA ALFONSO MICHEL, onde tivemos a oportunidade de admirar parte da obra deste destacado artista colimota. Eles nos contam que a obra de Alfonso Michel é considerada um destaque na pintura mexicana do século 20, quando foi imortalizada por meio de obras sobre temas mexicanos expressos com estilos cubista e impressionista. O edifício é uma amostra da arquitetura tradicional da região; seus

corredores frescos delimitados por arcos nos levam a várias salas onde são realizadas exposições de artistas locais.

Entre o calor e a caminhada nosso apetite foi despertado. Seguimos para LOS NARANJOS, um restaurante a poucos quarteirões de distância, onde satisfazemos nosso desejo com algumas enchiladas de toupeira e uma enchilada de carne acompanhada de feijão frito. A escolha não tem sido fácil, já que seu cardápio oferece uma grande variedade da gastronomia regional.

Para continuar nosso passeio pela cidade, pegamos um táxi para ir ao PARQUE DE LA PIEDRA LISA, onde encontramos o famoso monólito que foi lançado pelo vulcão Fuego há milhares de anos. Segundo uma lenda popular, quem chega a Colima e desliza três vezes na pedra, fica ou volta. Como se fosse esse o caso, escorregamos três vezes para garantir nosso retorno.

O PALACIO LEGISLATIVO Y DE JUSTICIA, obra dos arquitetos Xavier Yarto e Alberto Yarza, é um agradável edifício modernista; No interior existe um interessante mural intitulado A Universalidade da Justiça, obra do professor Gabriel Portillo del Toro.

Imediatamente chegamos à ASSEMBLÉIA DA SECRETARIA DA CULTURA. Aqui, numa esplanada que tem uma escultura de Juan Soriano intitulada El Toro, encontramos três edifícios: à direita está o EDIFÍCIO DE OFICINAS, onde são ministradas várias disciplinas artísticas. A CASA DA CULTURA ALFONSO MICHEL, também conhecida como Edifício Central, fica imediatamente situada onde decorrem várias exposições artísticas, bem como uma exposição permanente do pintor Alfonso Michel. Aqui fica o FILMOTECA REGIONAL ALBERTO ISAAC e um auditório.

O terceiro edifício é o MUSEO DE LAS CULTURAS DE OCCIDENTE MARÍA AHUMADA DE GÓMEZ, onde está exposta uma ampla mostra da arqueologia da região. O museu está dividido em duas áreas: a primeira, no piso térreo, mostra a história da cultura colimota dividindo-a em fases. Na segunda área, que ocupa o andar superior, estão expostas várias peças que falam de algumas expressões culturais pré-hispânicas da região, como trabalho, vestimenta, arquitetura, religião e arte.

O tempo está passando rápido, e para que você não escape do nosso passeio, nos mudamos para o MUSEU UNIVERSITÁRIO DE ARTES POPULARES, por ter sido amplamente recomendado para nós. Ficamos agradavelmente surpresos com a extensa variedade de artesanatos que são exibidos aqui. Dos trabalhos mais tradicionais, às incríveis peças do imaginário popular de todo o país: roupas para festas populares, brinquedos, máscaras, utensílios de cozinha, miniaturas de metal, madeira, ossos de animais, fibras naturais e argila.

Outro ponto importante na visita a Colima é VILLA DE ÁLVAREZ, uma vila cuja origem se estabelece no final do século XVIII. Recebeu o nome de Villa de Álvarez em 1860 em homenagem ao General Manuel Álvarez, o primeiro governador do estado. Nesta localidade, que recebeu o título de cidade em 1991, encontramos o TEMPLO DE SÃO FRANCISCO DE ASÍS, de estilo neoclássico e recentemente criado (a sua construção iniciou-se em 1903). O templo está rodeado pelos portais tradicionais de uma aldeia que ainda preserva a arquitetura tradicional de telhados e pátios frescos no interior das casas.

Se algo é muito famoso em Villa de Álvarez são as suas cenadurías, por isso consideramos imperdível, especialmente neste momento da nossa viagem. A simplicidade da sala de jantar de Doña Mercedes não fala do tempero requintado de cada um dos seus pratos. As sopas, as enchiladas doces, os tamales de cinzas ou carnes, as torradas de costela, tudo é delicioso; E quanto aos drinks, o atole de baunilha ou tamarindo (só na temporada) nos deixa sem palavras.

DOMIGO

Depois de conhecer a cidade de Colima, decidimos visitar outros locais que, por não estarem longe, são atrações obrigatórias para o visitante. Seguimos para a ZONA ARQUELÓGICA DE LA CAMPANA, a 15 minutos do centro de Colima. Seu nome vem do fato de que aqueles que o descobriram inicialmente distinguiram um monte em forma de sino. Embora cubra uma área de aproximadamente 50 ha, apenas um por cento foi explorado. Destaca-se o sistema construtivo em que utilizaram a pedra bola dos rios próximos e a descoberta de vários túmulos que evidenciam os seus costumes funerários.

A ZONA ARQUEOLÓGICA DO CHANAL é o nosso próximo destino. Este acordo floresceu entre 1000 e 1400 DC; possui uma área de cerca de 120 ha. Sabe-se que os habitantes da região aproveitavam a obsidiana e, além disso, fabricavam diversos utensílios e ferramentas de metal, principalmente cobre e ouro. Seus edifícios incluem o Ball Game, a Plaza de los Altares, a Plaza del Día and the Night e a Plaza del Tiempo. Chamamos a atenção a escada com degraus hieroglíficos calendáricos, semelhantes a alguns encontrados no centro do México.

No caminho para Comala encontramos um agradável local conhecido como CENTRO CULTURAL NOGUERAS, onde se mostra o legado de um gênio criativo originário de Colima, Alejandro Rangel Hidalgo, que viveu nesta fazenda que data do século XVII, hoje convertida no museu que carrega sua nome, e que expõe cerâmicas pré-hispânicas, além de uma amostra de sua obra como pintor, ilustrador de cartões, móveis, artesanato e cenógrafo.

De um lado, mas integrando o mesmo complexo, o ECOPARQUE NOGUERAS, que promove a cultura ambiental, foi recentemente aberto ao público. Possui áreas de jardins de plantas medicinais e oferece interessantes ecotecnologias.

Ao chegar a COMALA nos surpreendemos ao descobrir que está longe de ser o povoado árido e desabitado que Juan Rulfo descreveu. Chegamos já com fome e nos instalamos em um dos centros botanero em frente à praça principal, onde encontramos grupos musicais que agradavam aos comensais. Pedimos um dos tradicionais ponches de Comala, hibisco e noz, e antes de perguntarmos pela comida, deu-se início ao interminável desfile de petiscos típicos. Ceviche tostadas, tacos de cochinita e lengua, sopas, enchiladas, burritas ... ao percebermos que era uma espécie de competição entre o lanchonete e o garçom, tivemos que desistir e pedir que não nos servissem mais. A propósito, aqui só se pagam bebidas.

Fomos logo comprar algumas garrafas do tradicional ponche, agora feito de café, amendoim, coco e ameixa. E para completar, como o pão Comala, principalmente os seus picones, também são muito tradicionais em Colima, acompanhamos o cheiro doce que escapava da padaria La Guadalupana que percorria várias ruas.

Chegou a hora de partir e estamos com vontade de conhecer alguns lugares fora da cidade, como MANZANILLO, PARQUE NACIONAL DO VOLCÁN DE COLIMA e ESTERO PALO VERDE, só para citar alguns. Mas à medida que deslizarmos pela pedra lisa, estaremos de volta com certeza em breve.

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Vídeo: Trying Out Different Food in Mexico: Colima (Pode 2024).