Molango (Hidalgo)

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Durante a sua viagem ao estado de Hidalgo, aproveite para visitar esta vila, de charme colonial, onde poderá admirar a arquitectura da sua antiga freguesia, bem como desfrutar dos seus arredores: a lagoa de Atezca e as montanhas.

Ele está localizado a 92 km. de Pachuca. O nome original deve ter sido Molanco, "lugar do deus Mola"; o templo e a representação do deus foram destruídos por Frei Antonio de Roa com a ajuda de outros religiosos. É a fundação mais antiga, pois corresponde a 1538. A primeira capela dedicada foi a de São Miguel e as datas de construção do complexo conventual são estimadas nos anos 1540-1550. Santa María Molango era um priorado e administrava 19 cidades e 38 visitas. Não foi até o ano de 1751, quando foi secularizado.

O complexo foi construído em terreno alto e nivelado. O seu sótão foi remodelado, uma cerca alinhada a rodeia e permite o acesso por duas aberturas, sendo a do lado poente muito elegante, que se conjuga com uma escada que se abre em leque. Não temos dados sobre a existência de capela aberta. A cruz atrial foi perdida, assim como as poses da capela. O campanário é separado do edifício, o que é uma solução arquitetônica inovadora.

A decoração da fachada é em torno da abertura. O arco é decorado com folhas, flores e pérolas elisabetanas. Os intrados (que é a superfície interna de um arco ou abóbada ou também a face do segmento que forma a referida superfície interna) do arco e as faces internas das ombreiras têm relevos de anjos; É um trabalho muito plano que denota a utilização de mão de obra indígena.

Um breve parêntese para lembrar que o sistema decoatequitl tinha que atuar na organização do trabalho, ou seja, equipes de trabalhadores que dividiam tarefas, sendo sua participação obrigatória. Acima da porta existe uma rosácea que permite a iluminação do coro. Esta capa sintetiza todas as influências recebidas da Europa: romântica, gótica, renascentista, que, juntamente com a particular estampa indígena, dão à nossa arte uma assinatura própria. O interior é simples porque perdeu os retábulos. A tribuna de onde os religiosos podiam ouvir a missa sem ter que descer à igreja está preservada e que comunicava diretamente com o claustro superior. A igreja neste caso foi fechada com uma cobertura de madeira, a atual é uma obra recente (1974). O claustro do convento encontra-se muito degradado, mas pelas colunas que restaram ainda mostra elegância e sobriedade.

A conversão dos grupos na Serra Alta foi um processo lento e forçado, muitos religiosos, cujos nomes foram esquecidos, contribuíram com seu grão de areia para esse empreendimento colonial. Os indígenas se adaptaram lentamente a ver os monges agostinianos subir e descer das montanhas para as profundezas dos vales e cavernas. O cuidado, o amor, a humildade e o paternalismo de alguns religiosos foram coroados com a conquista do coração e da alma dos fiéis. Ainda hoje, no final do século XX, denunciam-se a pobreza, o atraso, a falta de boas terras e de estradas que permitam a esses grupos sobreviver com dignidade. Ainda ouvimos falar Otomí aqui, perambulamos por ruas e mercados sentindo que são necessários muitos Roas e muitos Sevillas que, com o mesmo espírito de serviço, voltam os olhos e trabalham para ajudá-los. A obra material está aí, à espera de ser visitada, E mais do que tudo para ser compreendida, cada pedra tinha uma razão de ser. Na Sierra Alta parece que o tempo parou, passou tão devagar que o viajante logo se sentirá imerso em nosso passado.

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