Biodiversidade no México, um desafio para a conservação

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É realmente surpreendente que os cientistas saibam melhor quantas estrelas existem na galáxia do que espécies na Terra.

A diversidade atual oscila entre sete e 20 milhões de espécies diferentes, segundo estimativas muito gerais, embora possa chegar a 80 milhões, cada uma com variações em sua informação genética, que vivem em comunidades biológicas diversas. No entanto, apenas cerca de um milhão e meio foram classificados e descritos; portanto, uma proporção muito pequena do total foi mencionada. Grupos de organismos, como bactérias, artrópodes, fungos e nematóides, têm sido pouco estudados, enquanto muitas espécies marinhas e costeiras são praticamente desconhecidas.

A biodiversidade pode ser dividida em três categorias: a) diversidade genética, entendida como a variação dos genes dentro das espécies; b) diversidade de espécies, ou seja, a variedade existente em uma região - o número, ou seja, sua “riqueza” é uma medida “frequentemente utilizada”; c) diversidade de ecossistemas, cujo número e distribuição podem ser medidos nas comunidades e associações de espécies em termos gerais. Para abranger todos os aspectos da biodiversidade, é necessário falar em diversidade cultural, que inclui as etnias de cada país, bem como as manifestações culturais e o uso dos recursos naturais.

A REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE

É uma consequência direta do desenvolvimento humano, uma vez que muitos ecossistemas foram convertidos em sistemas empobrecidos, menos produtivos econômica e biologicamente. O uso inadequado dos ecossistemas, além de atrapalhar seu funcionamento, também implica em custo e perda de espécies.

Da mesma forma, somos totalmente dependentes do capital biológico. A diversidade dentro e entre as espécies nos forneceu alimentos, madeira, fibras, energia, matérias-primas, produtos químicos, industriais e medicamentos.

Vale lembrar que no final dos anos 80 e início dos anos 90 foi cunhado o termo megadiversidade, que se refere aos países que concentram a maior biodiversidade do planeta, e embora a palavra vá além do número de espécies, É um índice a levar em conta, já que de todas as nações apenas 17 incluem entre 66 a 75% ou mais da biodiversidade, em um total de 51 milhões de 189 396 km2.

UMA DAS PRINCIPAIS

O México é um dos cinco principais países em megadiversidade e ocupa o sétimo lugar em área, com 1 milhão 972 544 km2. Entre as características que definem essa megadiversidade estão: sua localização geográfica entre duas regiões, o Neártico e o Neotropical, portanto, encontramos espécies do norte e do sul; a variedade de climas, de seco a úmido, bem como as temperaturas de muito frio a quente. Por fim, existe a topografia, desde áreas planas até muito complexas.

Da mesma forma, atualmente o México abriga entre 10 e 12% de todas as espécies vegetais e animais do planeta, tem 439 espécies de mamíferos, 705 de répteis, 289 de anfíbios, 35 de mamíferos marinhos e 1061 de aves; mas mais da metade está em perigo de extinção.

Em relação à fauna, há exemplos da região neártica, como tartarugas do deserto, esplêndidas borboletas monarca, axolotls, gansos, toupeiras, ursos, bisões e ovelhas selvagens. Por outro lado, existem exemplares da fauna neotropical, como iguanas, nauyacas, araras, macacos-aranha e bugios, tamanduás e antas, entre outras, enquanto espécies como beija-flores, tatus, gambás e outras se distribuíram nas duas regiões.

Sem dúvida, a fauna marinha detém a maior biodiversidade, localizada em uma região biologicamente rica como os recifes de coral do Caribe, cuja frente se estende por mais de 200 km, esponjas, medusas, camarões, pepinos do mar, ouriços e um grande número de espécies multicoloridas. Mais de 140 espécies e 1.300 de poliquetas ou vermes do mar foram descritos no Golfo da Califórnia.

Se pudéssemos estender nossa visão e observar por todo o país do microscópico ao mais óbvio, examinando vulcões, cavernas e montanhas, rios, lagoas e mares, ou seja, em todos os ecossistemas possíveis, Verificaríamos que absolutamente tudo foi colonizado por uma grande variedade de formas de vida, e a maioria chegou antes dos humanos. No entanto, nós os deslocamos e muitas vezes levamos à extinção.

Os invertebrados terrestres são os mais diversos organismos e os artrópodes lideram em número, espécies de insetos como besouros, borboletas, abelhas, libélulas, formigas e aracnídeos como aranhas ou escorpiões.

No México, 1.589 espécies de abelhas são conhecidas, 328 de libélulas, mais de 1.500 borboletas diurnas e muitas mais noturnas, e há mais de 12.000 besouros ou 1.600 aranhas, enquanto mais de 2.122 espécies foram relatadas. de peixes em águas marinhas e continentais, ou seja, cerca de 10% do total mundial, das quais 380 espécies estão distribuídas em águas doces, principalmente em bacias hidrológicas de regiões temperadas, úmidas e tropicais.

O país possui mais de 290 espécies de anfíbios e 750 de répteis, o que representa quase 10% do total existente no mundo. Caecilia, sapos e rãs formam o grupo dos anfíbios, enquanto cobras terrestres e marinhas, como corais, nauyacas, cascavéis e penhascos, ou sáurios, como lagartos, iguanas, porquinhos-da-índia e idosos, como tartarugas, crocodilos, crocodilos e outros constituem o grupo dos répteis.

Sobre as aves, 1.050 das 8.600 registradas no mundo são conhecidas e, do total de espécies mexicanas, 125 são endêmicas. 70% está localizado nos trópicos, principalmente nos estados de Oaxaca, Chiapas, Campeche e Quintana Roo. Este grupo multicolorido confirma a grande riqueza de espécies encontradas no país, entre as quais se destacam os quetzais de Chiapas; o pombo-de-cabeça-branca que só é encontrado na ilha de Cozumel e em algumas cidades próximas; tucanos, pelicanos, cormorões, boobies e fragatas, flamingos, garças, cegonhas, etc. Estes representam alguns dos nomes de pássaros mais comuns que são facilmente encontrados no sudeste mexicano.

FALANDO DO SUDESTE

Em Chiapas existem aves como o quetzal e o tucunaré-pavão, cujo habitat foi reduzido a ponto de ficar isolado na parte alta da Sierra Madre. Dos predadores, pouco mais de 50 espécies de falconiformes são relatadas, como gaviões, gaviões e águias, bem como 38 de estrigiformes, como corujas e corujas, mas o maior grupo é composto por passeriformes, como pegas, corvos e pardais, entre outros. , ou seja, 60% das espécies relatadas para o México.

Por fim, os mamíferos são os organismos que atingem os maiores tamanhos e também atraem mais atenção junto com os pássaros. Existem 452 espécies de mamíferos terrestres, das quais 33% são endêmicas e 50% marinhas, distribuídas principalmente em regiões tropicais. Na Selva Lacandona existem abundantes espécies endêmicas de Chiapas, principalmente mamíferos.

O grupo mais distribuído são os roedores, com 220 espécies, o equivalente a 50% nacional e 5% mundial. Para morcegos ou morcegos, são relatadas 132 espécies, um grupo de mamíferos que se concentra em maior número - de algumas centenas a milhões - nas cavernas de Campeche, Coahuila ou Sonora.

Outros mamíferos que abundam na Floresta Lacandona são os artiodáctilos: queixadas, veados, pronghorn e bighorn: grupo que forma colônias, algumas com até 50 indivíduos, como os queixadas. Da mesma forma, o único representante do grupo de perissodáctilos relatado para o México é o das antas, o maior mamífero terrestre dos trópicos americanos que pode ser encontrado no sudeste, nas selvas de Campeche e Chiapas. Os indivíduos dessa espécie podem pesar até 300 quilos.

Entre os organismos mais impressionantes por sua história e suas raízes nas culturas mesoamericanas pela força que representa está o jaguar. Como pumas e jaguatiricas, coiotes, raposas, ursos, guaxinins e texugos, entre outros, pertence às 35 espécies de carnívoros do México.

Macacos-aranha e macacos bugios são duas espécies de primatas que podem ser encontrados na natureza, nas selvas de! sudeste do México. Têm grande importância na cultura maia, já que desde os tempos pré-colombianos foi utilizada em seu simbolismo.

Por outro lado, cetáceos -baleias e golfinhos-, pinípedes -focas e leões-marinhos- e sirenídeos -manati-, são exemplos das 49 espécies de mamíferos que habitam o país, representando 40% do total do planeta.

Esta é apenas uma amostra da riqueza natural do México, com exemplos de sua fauna. Para ter a visão completa são necessários anos de conhecimento e muita pesquisa científica, mas infelizmente não há muito tempo, pois a taxa de uso dos recursos naturais e a superexploração levaram à extinção de espécies como o urso cinzento, o bisão, o pica-pau imperial ou o condor da Califórnia, entre outros.

É preciso gerar consciência para mostrar nossa rica biodiversidade, mas por causa da ignorância e da apatia a estamos perdendo. No México, onde você pode encontrar mais organismos na natureza é em Áreas Naturais Protegidas, o que sem dúvida constitui uma boa estratégia de conservação. No entanto, precisamos de programas abrangentes para gerar o desenvolvimento das comunidades locais, com vistas a reduzir a pressão exercida sobre as terras conservadas.

Até 2000, eram 89 áreas decretadas que cobriam pouco mais de 5% do território nacional, entre as quais se destacam as Reservas da Biosfera, Parques Nacionais, Áreas de Proteção da Flora e Fauna Silvestre e Aquática, bem como Monumentos Naturais.

São cerca de 10 milhões de hectares conservados. Sua existência não garante a preservação ideal da biodiversidade ou a promoção do desenvolvimento e trabalho com as comunidades locais, bem como a pesquisa científica. Eles são apenas componentes de um plano nacional de conservação a ser implementado se quisermos conservar nossa riqueza natural.

Para conhecer o estado das espécies quanto ao seu grau de ameaça, foi criada a Lista Vermelha da IUCN, o mais completo inventário do estado de conservação de espécies animais e vegetais do mundo, que utiliza um conjunto de critérios para avaliar o risco de extinção de milhares de espécies e subespécies.

Esses critérios são relevantes para todas as espécies e regiões do mundo. Com base científica sólida, a Lista Vermelha da IUCN é reconhecida como a autoridade máxima no status da diversidade biológica, cujo objetivo geral é transmitir a urgência e a magnitude das questões de conservação ao público e aos tomadores de decisão ou motivadores. mundo para tentar reduzir a extinção de espécies. A conscientização a esse respeito é fundamental para a conservação da biodiversidade.

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