Cidade histórica e fortificada de Campeche

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Quem nunca leu, na infância ou na adolescência, as aventuras dos piratas, aqueles marinheiros intrépidos capazes de enfrentar o inimigo com tiros de canhão, atacar e saquear aldeias inteiras ou em busca de tesouros em ilhas desertas?

Se alguém pode contar essas histórias como fatos verídicos, são os Campechanos, herdeiros de uma importante cidade que foi atacada no passado por vários piratas, para os quais tiveram que construir uma grande muralha ao seu redor e uma série de fortificações para se protegerem. Com o tempo, essas características históricas e arquitetônicas tornaram-no Patrimônio da Humanidade, reconhecido pela UNESCO, em 4 de dezembro de 1999.

Localizada ao sudoeste da península de Yucatán, a cidade de Campeche é o único porto da região. Possui uma notável Puerta de Tierra, formada por uma parte de sua enorme parede original, de 400 metros de comprimento por 8 de altura. Suas ruas quadradas parecem perfeitas depois que seus prédios foram restaurados e pintados com cores fortes. Eles convidam você a visitá-los. A zona “A” de monumentos históricos apresenta uma forma hexagonal irregular de 45 hectares e corresponde à cidade que foi murada.

Nesta área existe uma grande densidade de propriedades de valor patrimonial, como a Catedral com o seu famoso Cristo do Santo Enterro, talhada em ébano com incrustações de prata, à semelhança das imagens de Sevilha, Espanha; o templo de San Román e seu Cristo Negro; e o Teatro del Toro com sua fachada neoclássica. De todo o sistema de fortificação, vale a pena visitar o Forte de São Miguel, construído no século 18, convertido em um maravilhoso museu de arte maia e colonial.

Ambiente histórico

Como outras cidades caribenhas, Campeche foi sistematicamente atacada por vários piratas, destacando-se Laurent Graff ou “Lorencillo”, que teria arrancado portas e janelas de casas em 1685. Para impedir esses ataques, decidiu-se construir um muro impressionante 2,5 quilômetros de comprimento, 8 metros de altura e 2,50 de largura ao redor da cidade, que foi concluída por volta de 1704. Essa grande muralha tinha quatro entradas, das quais apenas duas permanecem: as portas de mar e de terra. Junto com o muro várias estruturas militares também foram erguidas para complementar sua defesa. A sua praça, de frente para o mar, foi representada rodeada pelos principais edifícios civis e religiosos.

Nos primeiros anos do século XIX, teve seu apogeu ao se tornar o maior exportador do chamado dye stick, matéria-prima com a qual era feita a tinta vermelha muito procurada na Europa naquela época. No final desse mesmo século, foram demolidos vários troços da muralha voltados para o mar.

Valores universais

Em sua avaliação, o Centro Histórico foi classificado como modelo urbano de povoamento barroco colonial. Seu sistema de fortificação foi um exemplo notório de arquitetura militar desenvolvida nos séculos 17 e 18 como parte de um sistema de defesa estabelecido pelos espanhóis para proteger os portos estabelecidos no Mar do Caribe contra piratas. A preservação de uma pequena parte de sua extensa muralha e as fortificações também foram fatores decisivos para seu reconhecimento. Em uma análise comparativa, Campeche foi colocado no nível de cidades com valor patrimonial semelhante, como Cartagena de Indias (Colômbia) e San Juan (Porto Rico).

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